A escassez de editores e distribuidoras desempenha um papel crucial nisto. Não podemos, obviamente, ter níveis de competitividade semelhantes dos do UK ou dos USA, se temos um número de grandes editoras abissalmente inferior (mm na tendo em conta a relação população/editoras). Os baixíssimos indices de população com hábitos de leitura estimularam a criação de um mercado livreiro eivado de tiques elitistas e aristocráticos, sem qualquer preocupação de colocar o produto no mercado a preços competitivos. Esta tendência tende, de resto, a acentuar-se nos próximos anos, já que com a crise diminui a base de compradores, afunilando os nichos de mercado para uma clientela endinheirada, que compra obras independentemente do preço (muitas vezes com propósitos meramente decorativos).
É por isso que vejo uma correlação directa entre o número de Bibliotecas de um país e o preço dos livros.
O preço dos livros em Portugal decorre de décadas de políticas a estimular a estagnação cultural, apelando a valores altamente circunscritos, que criaram um modelo de consumidor que corresponde a algumas centenas de indivúduos que fazem da fruição cultural um diletantismo proporcionado por elevados rendimentos.
Needless to say, o aumento da aquisição de livros online em portais internacionais virá agravar ainda mais este panorama, já que a resposta das editoras é, como já foi assumido, a aposta em produtos exclusivos e segundo padrões elevados, i.e., edições de elevado custo, como pratica, já, a Assírio, a Porto Editora e outras. Mea culpa, mas o ciclo não será fácil de romper, assim.
2 comentários:
auch.
A escassez de editores e distribuidoras desempenha um papel crucial nisto. Não podemos, obviamente, ter níveis de competitividade semelhantes dos do UK ou dos USA, se temos um número de grandes editoras abissalmente inferior (mm na tendo em conta a relação população/editoras). Os baixíssimos indices de população com hábitos de leitura estimularam a criação de um mercado livreiro eivado de tiques elitistas e aristocráticos, sem qualquer preocupação de colocar o produto no mercado a preços competitivos. Esta tendência tende, de resto, a acentuar-se nos próximos anos, já que com a crise diminui a base de compradores, afunilando os nichos de mercado para uma clientela endinheirada, que compra obras independentemente do preço (muitas vezes com propósitos meramente decorativos).
É por isso que vejo uma correlação directa entre o número de Bibliotecas de um país e o preço dos livros.
O preço dos livros em Portugal decorre de décadas de políticas a estimular a estagnação cultural, apelando a valores altamente circunscritos, que criaram um modelo de consumidor que corresponde a algumas centenas de indivúduos que fazem da fruição cultural um diletantismo proporcionado por elevados rendimentos.
Needless to say, o aumento da aquisição de livros online em portais internacionais virá agravar ainda mais este panorama, já que a resposta das editoras é, como já foi assumido, a aposta em produtos exclusivos e segundo padrões elevados, i.e., edições de elevado custo, como pratica, já, a Assírio, a Porto Editora e outras. Mea culpa, mas o ciclo não será fácil de romper, assim.
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